Entre sem bater

Entre sem bater Luís Pimentel

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Entre sem bater


O humor na Imprensa: do Barão de Itararé ao Pasquim21




É verdade que a vida não anda nada fácil. Sorte que os problemas sempre inspiraram parte da imprensa, que resolveu tratar dos entraves políticos, econômicos e sociais com muito humor. Quem nunca ouviu falar do Pasquim, por exemplo, perdeu a chance de enxergar o mundo com mais coragem. O riso pode até não eliminar o medo, como disse Umberto Eco, mas a capacidade de provocar o riso desperta no amedrontado um jeito todo especial para lidar com aqueles que o amedrontam. Numa grande homenagem aos humoristas brasileiros, a Ediouro está lançando Entre sem Bater! – O Humor na Imprensa Brasileira, do jornalista e escritor Luís Pimentel, que trabalhou nas revistas Mad, Bundas, O Pasquim e há anos faz parte de uma turma da pesada que dá à imprensa brasileira uma imprescindível dose de humor. Como diz o jornalista Sérgio Augusto, autor da apresentação do livro, “Luís Pimentel, na verdade, organizou uma festa do humor nacional, a que nenhum convidado deixou de comparecer: de J. Carlos e Belmonte a Angeli e Santiago; de Jaguar e Ziraldo a Glauco e Aroeira; do Barão de Itararé e Millôr Fernandes a Ivan Lessa e Luis Fernando Verissimo”. O título já é uma piada do Barão de Itararé, alcunha do jornalista Aparício Torelly, o maior nome da arte do humor na imprensa brasileira. Mestre em fazer piadas sobre os figurões da República, o Barão foi preso e espancado algumas vezes. Cansado de apanhar, afixou na porta da redação uma placa, destinada aos policiais, com os seguintes dizeres: “Entre sem bater!” A partir do Barão e de seu combativo e criativo jornal A Manha, Luís Pimentel, com seu texto ágil e bem-humorado, fala de outros humoristas e publicações de humor que floresceram no país. O leitor vai conhecer as revistas A Cigarra (SP) e Careta (RJ), que contribuíram muito para a semiprofissionalização dos cartunistas; a Folha da Noite (atual Folha de São Paulo), onde brilhou o cartunista Belmonte e seu persongem mais famoso, o Juca Pato; a revista O Cruzeiro, onde Millôr Fernandes deu os primeiros passos no texto e no desenho de humor e perpetuou a coluna “Pif-Paf”; O Pasquim, a publicação de humor mais importante do Brasil até os dias de hoje; O Binômio, a primeira amostra da veia humorística de Minas Gerais, terra de Ziraldo e Henfil; o jornal Cometa Itabirano (MG); a revista PQP (Pra Quem Pode), de Belém do Pará; a revista Casseta e Planeta, que parou de circular, mas deu origem ao programa de televisão; o Papa-Figo, debochado e irreverente jornal de humor recifense; a revista Bundas, criada com o objetivo de fazer renascer a linguagem despojada do Pasquim em Opasquim21. Há ainda um capítulo à parte, que trata do humor esportivo no país durante as copas do mundo; uma lista com pequena biografia dos grandes humoristas da imprensa brasileira; e muitas charges, ilustrações e “causos” que fazem parte dessa bela história. “Em nenhum exemplo viu-se maior fair play e capacidade de resistência do que na imprensa alternativa e nos veículos de humor. Do ‘Entre sem Bater!’ do Barão e seu A Manha à prova de fôlego demonstrada pelos editores do Pasquim, tendo que escrever e desenhar duas ou três edições por semana, para enxugar uma edição com o que escapava do imenso X negro cravado pela caneta da censura. E saía um jornal inesquecível, a cada semana”, diz Luís Pimentel.

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Marina
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08/01/2011 15:17:37

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