Por que razão, nos séculos XIX e XX, a epistemologia dominante eliminou da reflexão epistemológica o contexto cultural e político da produção e reprodução do conhecimento? Quais as consequências desta descontextualização? É possível aplicar outras epistemologias? Este livro procura dar resposta a estas perguntas. Não se confirmando à mera crítica, propõe uma alternativa, genericamente designada por 'Epistemologias do Sul'. Trata-se do conjunto de intervenções epistemológicas que denunciam a supressão dos saberes levada a cabo pela norma epistemológica dominante, valorizam os saberes que resistiram com êxito e as reflexões que estes têm produzido e investigam as condições de um diálogo horizontal entre conhecimentos. A esse diálogo entre saberes chama-se ecologias de saberes.