O que leva uns a abandonar a luta, outros a se consagrar exclusivamente à política, renunciando à fachada pedagógica; se a escola se reduz a uma fraude total ou a um erro absoluto, a pedagogia é diversão, ilusão, e assim se manterá até que a sociedade seja abalada. Foi para lutar contra este derrotismo que escrevi o presente livro. Não se trata de desculpar a escola, não se voltará ao âmbito das constatações fundamentais, não se apresentará a escola como libertadora, ou única, ou acolhendo igualmente uns e outros, não repetiremos que há indistintamente tão bons alunos entre os ricos como entre os pobres. Mas, precisamente a partir destas acusações, e para que elas não se transformem num travão no preciso momento em que nos apontaram o caminho mais justo, em que contávamos que fossem abrindo caminho à nossa ação — e até supomos que estão prestes a fazê-lo — surge uma tarefa urgente: inserir a escola na luta de classes, compreender como participa a escola nessa luta de classes; porque é, em última instância, o desconhecimento do que é a luta de classes que parece arrastar, por processos evidentemente muito diversos, àquilo que ousamos considerar como os seus desvios.