Longe de querer ser exaustivo e oferecer um inventário cronológico das escritas pelos labirintos de suas ramificações, este livro se limita a mostrar algumas abordagens através de capacitação de nossa escrita como testemunho silencioso de nossa história. No entanto, diante de numerosas lacunas ao longo da história, estas propostas terão como única ambição servir de pontos de partida para pesquisas e reflexões. Desde os tempos mais remotos, diversos sistemas de representação do pensamento, abstratos e figurativos, precederam o que chamamos de escrita. Atualmente assistimos a uma proliferação sem precedentes de escritas que não têm nenhuma ligação nem com as culturas nem mesmo com as funções particulares do escrito, refletindo bem a confusão do mundo moderno. As novas ferramentas digitais que cobrem grande parte do campo do escrito, longe de imporem ao mundo uma escrita neutra e universal, fazem atualmente uma divisão bastante pertinente entre as escritas pseudoneutralistas, delimitadas cada vez mais pelo econômico e pela informação e as escritas respeitando as tradições culturais específicas, refletindo assim, perfeitamente, a relação das forças no pensamento dilacerado de nossa civilização.
Não-ficção