Esse nosso jeito bélico de viver reflete sobre um sintoma contemporâneo: nossos mecanismos de sociabilidade parecem reduzir a cada dia. Temos perdido a capacidade de ponderar, de dialogar, de estabelecer afetos. Todos que não fortifiquem nossa câmara de eco – que não concordem com nossas perspectivas – se tornam descartáveis, obsoletos, são cancelados. O belicismo cotidiano exibe nosso lado mais indolente, pois atravessa, quase imperceptível, as nuances das relações interpessoais. Desviar nosso olhar do cotidiano é um dos primeiros passos em direção à alienação: vamos terceirizando atitudes; e, consequentemente, legitimamos a cultura do medo, da ameaça e da violência. Eu quero te convidar a pensar sobre por que chegamos até aqui e sobre o quê podemos fazer para transformar esse quadro.
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