O problema apresentado pela Florença oligárquica e mediceanica é o de um organismo que abandona suas estruturas anteriores — corporativas, comunais, góticas, cristãs —, para adquirir novas, — pré-capitalistas, estatais, de classe. Transformações econômicas, mutações culturais, arrojo artístico alternativamente atraíram a atenção dos historiadores sem necessariamente suscitar uma análise de convergências. Acontece que, grosso modo, os problemas e as opções da sociedade florentina foram, in vitro, aqueles da civilização ocidental nos séculos que se seguiram. Daí a necessidade de os retomar criticamente como faz Alberto Tenenti.