Neste ensaio, originalmente apresentado na aclamada Palestra Frazer de 1986, na Universidade de Liverpool, Inglaterra, Marilyn Strathern questiona o pós-modernismo na Antropologia. Escrito num momento de auge da tendência e fazendo jus ao debate travado naquela ocasião, o texto da antropóloga e os comentários que recebeu se convertem hoje numa leitura obrigatória para aqueles que desejam refletir sobre os rumos tomados pela disciplina desde então. Aparece aqui uma série de questões que permanecem atuais, vistas sob o prisma de concordâncias e divergências entre Strathern e outros teóricos de renome, partidários ou não do pós-modernismo.
A obra analisa duas rupturas fundantes na história da disciplina – de Frazer a Malinowski e do modernismo aos pós-modernos. A partir delas, a autora discute o papel da escrita antropológica na construção dos contextos de sua autolegitimação. Trata-se de uma reflexão profunda, precedida por um prefácio original da autora, produzido especialmente para esta edição.
À luz das distâncias conceituais que separam Frazer e Malinowski e modernos de pós-modernos, Strathern introduz um debate sobre os sentidos de história da disciplina. Segundo a autora, cada geração cria seu próprio sentido de história e, portanto, suas rupturas.
Enquanto discute a construção da história da disciplina a partir da escrita antropológica, Fora de contexto também analisa as próprias limitações da escrita e sua raiz etnocêntrica – seja com relação ao próprio passado da disciplina ou às suas práticas no presente.