Mulher a inventar corpo, a boca
cheia de vestígios de pântano, de heras,
de lodo, de incomunicabilidade.
Mulher segurando a máscara,
preparando-se para o esconderijo,
para a fácil loucura de já não ser real.
Mulher de perfil, tão pendurada, tão sem olhos
frontais, provocando-se a própria obra que a inclui,
desmotivando-se de tudo o que não for matéria,
soltando-se de todos os que a veem bem.
Mulher enchendo-se de bronze,
tapando-se com a escultura que ela fará
de si mesma.
Poemas, poesias