Nestes Fragmentos, Schopenhauer expressa uma visão única e fascinante do devir do pensamento ocidental. Para o filosófo, o mundo deve ser comparado a um livro hieroglífico cujo enigma tem que ser decifrado. As filosofias são as leituras sucessivas desse mundo, as interpretações possíveis da existência. A história da filosofia é a historia do deciframento desse enigma. Mas, assim como ponto de partida para a decifração do mundo é a experiência direta do sujeito e não qualquer referencia exterior, da mesma forma é a experiência da leitura do texto (do corpo do texto) e não a visão que dele tem seus historiadores ou comentadores que permite a apreensão e o entendimento correto de uma filosofia. O ensaio traduzido deste volume tem um duplo valor: por um lado, temos a visão Schopenhaueriana da história da filosofia, visão de um autor que se coloca como "artista", que relê os textos e os interpreta com sua força criativa; por outro lado, essa mesma visão polêmica, pessoal e provocadora nos remete constantemente aos textos dos próprios filósofos, pois é esse o caminho que nos leva à filosofia, assim como é o mundo e não o que dele dizem os outros, que é a fonte para sua própria decifração
Filosofia