Ao ler os contos de Alice Munro, pode-se compreender facilmente o motivo de ela ter sido a primeira autora contista a receber o Prêmio Nobel de Literatura, com isso colaborando para que o conto da sombra do romance.
O conto, essa construção compacta e poderosa que, no dizer de Cortázar, ganha do leitor por nocaute (enquanto o romance ganharia por pontos), torna-se ainda mais potente na linguagem de Alice Munro. São detalhes minúsculos, acontecimentos prosaicos, tramas simples que, aos poucos, compõem um quadro existencial e psicológico dos mais penetrantes, capazes de desestabilizar as certezas aparentemente mais enraizadas do leitor. E, afinal, é isso o que se espera da literatura de qualidade. — Noemi Jaffe, escritora e crítica literária
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