Com este romance, Aldous Huxley se empenha em destruir, metódica e brilhantemente, tudo o que sobrara dos ideais vitorianos, constitui-se pois, na expressão máxima do negativismo surgido no pós-guerra. Pertence, assim, àquela que poderia chamar-se a fase destruidora de Huxley.
Huxley pergunta: Fatos, teorias, verdades sobre o universo, de que lhes serve isso? Ensiná-los a compreender só serve para confundi-los.O amor é dado como um insulto fisiológico à inteligência. A arte não passa de um protesto contra a horrível inclemência da vida. Enfim, um mundo de pesadelo, uma geração amargurada, sem fé em nada, que avança na escuridão com um sorriso nos lábios e não acredita em nenhuma aurora.
Sem fé para reconstruir e com disposição para enfrentar a verdade nua, Huxley é o porta-voz de uma idade perdida, a idade do chamado temperamento moderno. Resumindo, neste romance, temos o melhor exemplo da fúria destrutiva de Huxley, e sem a qual as novas perspectivas que encontramos nas suas obras não seriam de forma nenhuma possíveis.
Distopia / Literatura Estrangeira