Tendo em vista que os “jansenistas” começaram a divulgar que a devoção à Santíssima Virgem era uma superstição, Santo Afonso defende Nossa Senhora publicando “As Glórias de Maria”. Para esse livro Santo Afonso utilizou uma grande bibliografia, que ele começou a recolher quando tinha 38 anos de idade, tendo terminado de escrever a obra em 1750, quando estava com 54 anos de idade. Sua elaboração, portanto, lhe custou cerca de 16 anos.
O livro combina numerosas citações dos Padres e Doutores da Igreja, em favor da devoção à Santíssima Virgem Maria, incluindo também as próprias opiniões pessoais de Santo Afonso sobre a veneração mariana, embasa na Tradição Católica, na piedade popular e nos ensinamentos do Magistério.
A primeira parte do livro baseia-se nas meditações sobre a oração Salve Regina, onde o autor explica como Deus deu Maria à humanidade como o Portão do Céu. A esse respeito vale citar, por exemplo, a frase de São Boaventura: Ninguém pode entrar no Céu, a não ser por Maria, como que através de uma porta.
A segunda parte trata das principais festas marianas, como a Imaculada Conceição, Natividade, Purificação, Anunciação, Assunção, etc. Vale notar que na época em que o livro foi escrito alguns desses dogmas ainda não haviam sido confirmados (Imaculada Conceição e Assunção), mas a Tradição sempre comemorou essas festas. Essa segunda parte trata também das virtudes e das dores da Virgem Maria, explicando, por exemplo, como foi prolongado o seu martírio, maior do que o de todos os outros mártires.
A terceira parte apresenta uma coleção de orações, meditações e devoções marianas.
Trata-se, portanto, de uma das principais obras dedicadas a Nossa Senhora, escrita por um dos grandes Doutores da Igreja: Santo Afonso Maria de Ligório.
Religião e Espiritualidade