Existe na Ciência Oculta um grande e indizível Arcano, que os próprios adeptos não revelam entre si e fazem todo empenho para impedir que os profanos o adivinhem.
Os sábios cabalistas, desejosos de perpetuar a chave do segredo, encerraram-na nas letras do Tetragrama, nas palavras de Azoth e Inri, bem como no monograma de Cristo.
Evidentemente, semelhante cautela tem seus fundamentos em forte razão, tendo um saudoso Adepto afirmado, de certa feita, que a pessoa que o descobre sente-se forçada a calar-se.
Em fins do século passado, perguntaram ao autor desta obra se perigos terriveis ameaçavam ainda os reveladores do Arcano e ele respondeu afirmativamente.
O certo é que a "palavra perdida" da Maçonaria outra não é senão o Grande Arcano da Ciência Oculta, tão cuidadosamente guardado.
A descoberta da pronúncia da "palavra perdida" ou a revelação do Grande Arcano é um trabalho exclusivamente pessoal e o caminho que leva a essa meta jamais pode ser percorrido por outra pessoa que não o próprio investigador.
O Grande Arcano é a ciência absoluta do bem e do mal. É a essa ciência que a Bíblia faz simbólica referência quando relata que a serpente disse ao casal primitivo. "Sereis como deuses, sabendo o bem e o mal".
Trata-se, pois, da divindade do homem. O homem-Deus é o que chegou ao ponto central do equilíbrio, tendo identifIcado sua alma com o princípio eterno da verdade e da justiça.
Eliphas Levi diz que este livro é o seu testamento e que é o mais importante e o último dos seus livros sobre a Ciência Oculta.
Referindo-se ao Grande Arcano, encerra sua magistral exposição com as seguintes palavras: "Aqui falamos sem rodeios e mostramos a verdade sem véus e, contudo, não tememos que nos acusem, com razão, de sermos revelador temerário.
Aqueles que não devem compreender estas páginas não as compreenderão, porque para os olhos muito fracos a verdade que mostramos faz um véu com a sua luz e se esconde no brilho do seu próprio esplendor!".
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