No século XIX, o grande autor de romance histórico, o português Alexandre Herculano, argumenta que o romance tem mais valor do que a própria história, pois a torna verossímil ao dar corpo às personagens e insuflar-lhes alma. A esta tarefa, Monteiro Lobato se entregou no início do século XX ao inaugurar sua Companhia Editora Nacional em 1925 com a publicação de Duas viagens ao Brasil – sua versão da primeira parte do livro de Hans Staden – e introduzir a perspectiva dos Tupinambás ao apresentar o jovem lansquenete às crianças brasileiras em Aventuras de Hans Staden (1927). Tivemos que esperar até hoje, porém, para saber o que sucedeu ao aventureiro alemão após escapar daqueles que descreve como “selvagens nus e canibais”.
História do Brasil / Romance