Jean Grondin desenvolve neste livro uma concepção da hermenêutica fundada na ideia de que o sentido que buscamos entender “é sempre o sentido das próprias coisas, daquilo que elas querem dizer, um sentido que certamente ultrapassa nossas parcas interpretações e o horizonte limitado, mas sempre ampliável, de nossa linguagem”.
O autor apresenta muito claramente as diferentes concepções da hermenêutica: Heidegger, Bultmann, Gadamer, Ricœur, Rorty e Vattimo, bem como as conexões com a desconstrução (Derrida) e a crítica das ideologias (Habermas), levando muito em conta a herança da reflexão sobre as ciências sociais (Dilthey), da fenomenologia (Husserl) e da leitura de Nietzsche.
Encontram-se aqui as diversas acepções do termo a partir das interrogações iniciais dos pensadores relativamente ao entendimento dos textos, da arte, da linguagem, da existência, da história… para finalmente aportar na ideia do alcance universal da hermenêutica. Esse percurso inscreve, então, a hermenêutica na problemática geral do conhecimento, com consequências filosóficas e epistemológicas notáveis, porque a hermenêutica sempre quis ser uma doutrina da verdade no campo da interpretação.