Realizar a arqueologia do domínio da desrazão e narrar, de forma crítica, as mudanças de estatuto dos loucos na sociedade desde a Idade Média, para explicitar como operam as técnicas de exclusão fazem desta uma obra de atualidade indiscutível. Pois não foi a medicina quem definiu as fronteiras entre a razão e a loucura, embora os médicos tenham se encarregado de vigiar essa fronteira há já dois séculos, afixando-lhe o rótulo “doença mental”, indicação que vale como interdição e maldição.
Esta edição, revista aumentada do livro, inclui réplica a Jacques Derrida às críticas que este fizera ao seu conteúdo. Ao traçar uma história dos limites “pelos quais uma cultura rejeita algo que será para ela o Exterior”, o autor põe em questão a racionalidade e, assim, os próprios fundamentos de nossa época. Crítico da razão ensimesmada e da loucura encarcerada, este clássico da filosofia moderna mantém-se tão vivo quanto a controvérsia que desencadeou.
Filosofia