História da Loucura

História da Loucura Michel Foucault




Resenhas - História da Loucura


14 encontrados | exibindo 1 a 14


Julião 22/10/2024

Muito interessante
É basicamente um livro sobre epistemologia, que explica como nossa visão sobre a loucura mudou com o tempo. Começou com uma visão bem religiosa e foi virando uma coisa mais médica e mental.

Achei bem interessante como ele começa falando da lepra. Na Idade Média, como a lepra tava na Bíblia e era vista como castigo divino, os médicos e religiosos faziam tipo um círculo sagrado em volta do doente pra isolar ele. Tinha essa ideia de que o leproso tava se salvando, que o sofrimento limpava os pecados. Era punição ou redenção, dependendo de como você olhava.

Foucault manda muito bem quando analisa a moral da época. Gostei muito dessa parte. Tipo, não ser cristão era considerado loucura.

"Para o século XIX, o modelo inicial da loucura será acreditar-se Deus, enquanto para os séculos anteriores era recusar Deus." - pagina 543

É incrível pensar que isso foi a tese de doutorado dele. Queria eu ter essa capacidade de escrever algo tão completo e complexo!

O ponto ruim pra mim é que às vezes fica muito proseado e poético demais. A leitura às vezes fica densa e parece que o Foucault tá usando todas as palavras difíceis que conhece. Entendo o estilo dele.

No geral, é um livro que faz a gente pensar muito sobre como a sociedade vê e trata a loucura ao longo do tempo. Vale a pena ler, mesmo que seja um desafio em algumas partes.
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Julião 21/10/2024

Muito interessante!
É basicamente um livro sobre epistemologia, que explica como nossa visão sobre a loucura mudou com o tempo. Começou com uma visão bem religiosa e foi virando uma coisa mais médica e mental.

Achei bem interessante como ele começa falando da lepra. Na Idade Média, como a lepra tava na Bíblia e era vista como castigo divino, os médicos e religiosos faziam tipo um círculo sagrado em volta do doente pra isolar ele. Tinha essa ideia de que o leproso tava se salvando, que o sofrimento limpava os pecados. Era punição ou redenção, dependendo de como você olhava.

Foucault manda muito bem quando analisa a moral da época. Gostei muito dessa parte. Tipo, não ser cristão era considerado loucura.

"Para o século XIX, o modelo inicial da loucura será acreditar-se Deus, enquanto para os séculos anteriores era recusar Deus." - pagina 543

É incrível pensar que isso foi a tese de doutorado dele. Queria eu ter essa capacidade de escrever algo tão completo e complexo!

O ponto ruim pra mim é que às vezes fica muito proseado e poético demais. A leitura às vezes fica densa e parece que o Foucault tá usando todas as palavras difíceis que conhece. Entendo o estilo dele.

No geral, é um livro que faz a gente pensar muito sobre como a sociedade vê e trata a loucura ao longo do tempo. Vale a pena ler, mesmo que seja um desafio em algumas partes.
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Milena.Bessan 05/05/2024

Uma obra seminal escrita por Michel Foucault, um dos mais influentes filósofos do século XX. Publicado originalmente em 1961, o livro revolucionou a compreensão da loucura ao longo da história ocidental.

Foucault mergulha nas profundezas da história da psiquiatria e da institucionalização da loucura, desafiando narrativas convencionais e revelando como a sociedade lidou com o conceito de insanidade ao longo dos séculos. Ele argumenta que a loucura não é uma condição estática, mas sim uma construção social, moldada pelas normas e poderes dominantes em determinados períodos históricos.

Ao longo da obra, Foucault traça a evolução das práticas e instituições voltadas para o tratamento dos "insanos", desde a Idade Média até o século XIX. Ele destaca como a loucura foi gradualmente medicalizada e encarcerada, passando de um fenômeno místico e religioso para uma questão de ordem pública e controle social.

Um dos conceitos-chave explorados por Foucault é o da "Grande Internação", o processo pelo qual os loucos foram retirados da sociedade e confinados em asilos e hospícios. Ele analisa como essas instituições se tornaram espaços de exclusão e marginalização, onde os pacientes eram submetidos a condições desumanas e tratamentos cruéis.

Além disso, Foucault examina a relação entre poder e conhecimento na construção do discurso psiquiátrico, argumentando que a psiquiatria não apenas diagnóstica e trata a loucura, mas também a produz e a legitima como uma categoria de conhecimento.

"História da Loucura" desafia o leitor a repensar suas concepções sobre a loucura e a questionar as estruturas de poder e controle que moldam nossa compreensão das diferenças humanas. É uma obra complexa e provocativa que continua a inspirar debates e reflexões sobre o lugar da loucura na sociedade contemporânea.
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Tatiana427 10/02/2024

História da loucura
História da loucura , de Michael Foucault é um livro bem extenso onde este grande autor descreve o contesto sobre o que foi a loucura ocidental na idade média, desde o tratamento aos leprosos passando pelo nau dos loucos, a interrelação da igreja católica, teorias dos humores, primeiras descobertas de anatomia, os métodos antiquado da época, humanização de Pinel e Tuke, trazendo reflexões da loucura como extensão da arte e literatura de Van Gogh, Don Quixote, Nietzsche... Histórias das primeiras instituições de internamento como Bethelem, dentre outros...
Muitos detalhes e ainda nos traz sempre esse questionamento o que é a loucura?, O que a medicina tem como evidências , e quais seriam as suas evoluções e tratativas para o ser humano....
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Omo Felipe de oxalá 19/01/2024

Bio ou sócio
Alguns me chamam de louco! E eu respondo sim
A loucura é uma válvula de escape, exemplo se você andar pelado na rua cm uma melancia na cabeça, vão te chamar de louco, e oque vc vai fazer? Resposta: sim eu sou, e continuará sua vida.
Ter desculpas não é errado é viver.
Para ser louco você precisa de 4 elementos.: sabedoria, ser o outro, ser o perigo, e ter uma doença mental diagnosticada.
Ele se pergunta se a loucura e biológica ou cultural. Não vou responder porque não tenho resposta, será que você tem?
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robcait 04/01/2024

"O louco doravante está livre, e excluído da liberdade. Outrora ele era livre durante o momento em que começava a perder sua liberdade; é livre agora no amplo espaço em que já perdeu."

como estudante de psicologia, mas sobretudo como ser humano, esse livro é essencial para repensar o que é tido como "normal" e "anormal". é preciso humanizar o tratamento e nossos hábitos cotidianos, buscando incluir ao invés de segregar. acolher, enxergar, ouvir: é por essa psicologia que deveríamos estar lutando.
foucault fez um trabalho extenso nessa obra, muito lúdico e importante, apesar de cansativo em alguns aspectos. entrar em contato com a obra mudou minha perspectiva em muitos quesitos, se fazendo uma leitura atual. mais do que a história da loucura, trata-se da história da própria psicologia.
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Iris 19/10/2023

Para traçar uma história da loucura, Foucault vai desde a idade clássica até a era positivista. É um livro de leitura muito difícil, mas ideal para entender a relação loucura x sociedade em um sentido filosófico, médico e cultural.
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Gabriel 23/07/2022

A loucura de acordo com Foucault
"História da loucura", de Michel Foucault, faz uma reconstituição histórica acerca da loucura, do louco e suas percepções sociais em diferentes espaços e períodos.
Foucault começa a obra ao fazer alusão ao esvaziamento dos leprosários e o acolhimento de pessoas com doenças venéreas durante o final da Idade Média. A partir daí desenvolve a ideia de que o louco é o excluído ou aquele que busca-se excluir e que a loucura é um produto cultural e histórico variável, ou em outras palavras, a loucura é para cada época.
A obra destaca, também, as várias formas de se enxergar o louco, por vezes sob o viés moral estigmatizador ou pela ideia de crime e destino. Isto posto, descreve como o status de louco foi tardiamente acolhido pela prática médica regular.
Uma leitura essencial para entender e compreender a ideia de loucura, bem como a obra foucaultiana de forma global.
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Osório 04/03/2022

Esse livro é muito complexo e precisa de uma leitura bastante demorada para associar tudo, com certeza eu terei que ler novamente. Mas o Foucault é muito incisivo nas suas afirmações sobre o lugar do "louco" na sociedade e em como as instituições manicomiais servem para isola-los da sociedade.
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paulacubas 31/05/2021

Um clássico com excelente construção histórica. Li durante a graduação, mas não será esta minha última visita à obra.
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Rafael V. 05/04/2021

Insuficiente
Faz um ótimo apanhado histórico sobre a loucura, ótima pesquisa.

Mas resume o século XIX nas últimas 30 páginas, muito baseado em achismos e considerações questionáveis.

Resumindo, quando começa a ficar interessante, acaba com clichês horríveis, próprio de um amador no mundo das artes, pois faz afirmações superficiais sobre "a loucura do texto x racionalidade do mundo real."
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Mr. Torres 31/05/2020

Vale a leitura
Leitura carregada de muitas referências, o que de certa forma torna o texto um pouco difícil, contudo, apresenta uma excelente construção histórica do que conhecemos como loucura. Creio ser uma leitura primordial pala a reflexão de diversos aspectos da sociedade, para muito além de saúde mental, mas de humanidade e humanização. Olhar para o passado nos faz, ou deveria fazer, refletir conceitos e posicionamentos que utilizamos para impor aos outros as "verdades" que carregamos.
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Paulo.Incott 22/02/2017

História da Loucura - Foucault
Em História da Loucura Foucault constrói uma genealogia do modo como a sociedade abordou a questão na loucura. O filósofo detém sua atenção na transição da era clássica para modernidade, procurando discernir o pensamento que permitiu uma mudança drástica na forma como os loucos passaram a ser vistos. Por que os loucos se tornaram um problema com o qual a sociedade passou a se preocupar em determinado momento histórico? Que estruturas de poder permitiram os dois grandes internamentos e em que ponto estes são semelhantes e no que eles diferem? Dei que modo o pensamento positivista permitiu a abordagem médica da loucura (cura) e que efeito isso teve sobre a vida dos loucos? Que relações se estabelecem ao longo do tempo entre a loucura e o desatino, a paixão, a erudição, o medo, a razão, a verdade? O que nos revelam as diversas formas de "tratamento" as quais os loucos foram submetidos? Todas essas questões foram objeto de estudo de Foucault nesta obra. Importante destacar que o grande liame que se pode estabelecer entre toda a produção de Foucault é o desejo de compreender os mecanismos de exercício do poder, compreender de que forma as relações de poder se estabelecem, se reproduzem e atuam de modo a criar conhecimento e se auto-reforçarem, auto-perpetuarem.
Paulo.Incott 28/02/2017minha estante
Ao invés de fornecer uma resenha propriamente dita, que além de extensa se mostraria confusa diante do pensamento não "linear" com o que Foucault conduz sua obra, destacarei passagens fundamentais:
p. 55, 56: no final do Séx. XVIII..."em 50 anos o internamento tornou-se um amalgama abusivo de elementos heterogêneos... cabe interrogar qual foi a forma de sensibilidade à loucura de uma época que se costuma definir através dos privilégios da razão. O gesto que ao traçar o espaço do internamento conferiu-lhe poder de segregação ... não é simples. Ele organiza numa unidade complexa uma nova sensibilidade à miséria e aos deveres de assistência, novas formas de reação diante de problemas econômicos, desemprego e ociosidade, uma nova ética do trabalho e também o sonho de uma cidade onde a obrigação moral se uniria à lei civil, sob as formas autoritárias da coação"

p. 61 :"o internamento... terá essa estranha convertibilidade que das mudar o sentido conforme o mérito daqueles a quem se aplica. Bons pobres...gesto de assistência... os maus....repressão"
p. 62: "o aro da culpabilidade é o primeiro dos grandes nos quais a era clássica irá fechar a loucura"

p. 73: "a partir da era clássica a loucura é percebida através de uma condenação ética da ociosidade e numa imanência social garantida pela comunidade do trabalho. Esta comunidade adquire um poder ético de divisão que lhe permite rejeitar, como num outro mundo, todas as formas de inutilidade social"

p. 75, 76: "os muros do internamento encerram uma cidade moral com a qual a consciência burguesa começa a sonhar no séc XVII... uma espécie de soberania do bem... a internação oculta ao mesmo tempo uma metafísica da cidade e uma política das religião"

p.99: "na repressão do pensamento e no controle da expressão o internamento não é apenas uma variante incomoda das condenações habituais. Tem sentido preciso e deve representar um papel particular: o de conduzir de volta à verdade através da coação moral. E com isso ele designa uma experiência do erro que deve ser compreendida antes de tudo como ética

p. 108: "Nós, os modernos, começamos a nos dar conta de que, sob a loucura, sob a neurose, sob o crime, sob as inadaptações sociais corre uma espécie de experiência comum da angústia"

p. 115: "o internamento não é um primeiro esforço na direção da hospitalização da loucura... não é de surpreender que as casas de internamento tenham o aspecto de prisões"

p. 124: citando Tuke > "o medo é o princípio mais eficaz para reduzir os loucos a uma conduta ordenada"

p. 128: "o que pode determinar e isolar a loucura não é tanto uma ciência médica quanto uma consciência suscetível de escândalo"

p. 137: "é na qualidade da vontade, e não na integridade da razão que reside finalmente o segredo da loucura"

p. 141: "o internamento aparece como um exorcismo bem sucedido"

p. 145: "o internamento se explica no desejo de evitar o escândalo"

p. 148: "até o começo do séc. XIX os loucos continuam a ser monstros - isto é, seres ou coisas que merecem ser mostrados"

p. 155: "essa animalidade da loucura que o internamento exalta, ao mesmo tempo em que se esforça por evitar o escândalo da imoralidade do irracional"

p. 181: "na própria medida em que não sabemos onde começa a loucura, sabemos, através de um saber quase incontestável, o que é um louco"

p. 183: "entre o louco e o sujeito que pronuncia "esse aí é um louco" estabelece-se um enorme fosso"

p. 184: "esta nova forma de experiência inaugura um novo relacionamento da loucura com a razão: não mais dialética como no séc XVI, nem oposição simples e permanente, nem rigor da partilha como no começo da era clássica, mas ligações complexas e estranhamente estabelecidas...A loucura tem uma dupla maneira de se postar diante da razão: ao mesmo tempo do outro lado e sob seu olhar." ... "a razão considerada como norma e definida como sujeito do conhecimento" ... : o louco não pode ser louco por si mesmo mas somente a partir do olhar do outro"

p. 204: "a definição das perturbações de inicío chamadas vapores" > prevalência eletroquímica de percepção

p. 206: "um mundo de símbolos e imagens está nascendo"

p. 213: "a polêmica que no séc XIX se tornará indubitavelmente evidente: ou a loucura é uma afecção orgânica de um princípio material ou é a perturbação espiritual de uma uma alma imaterial"

p 214: "no ciclo das paixões a loucura ganha consideração de causalidade próxima e longínqua"

p. 237: "o delírio torna-se condição necessária e suficiente para que uma doença seja chamada de loucura"

p. 241, 242: "a loucura começa ali onde se obnublina o relacionamento entre o homem e a verdade" ... "cegueira: palavra das quais mais se aproxima da essência da loucura clássica"

P. 249!!! : "o internamento não pode ter por finalidade outra que uma correção" ... "a loucura portanto é a negatividade"

p. 295: "a cegueira vai tronar-se insconsciencia, o erro falta e tudo que designava na loucura a paradoxal manifestação do não-ser se tornará castigo natural por um mal moral... domínio que será ocupado conjuntamente pela psicologia e pela moral. A psiquiatria científica do séc XIX tornou-se possível"

p. 299: "por meio de transformações químicas e regenerações fisiológicas o ópio assume o valor de medicamento universal"

p. 306: ainda existe todo um corpo técnico de cura que nem médicos nem a medicina nunca controlaram" ... "esta fragmentação que separa na medicina teoria e pratica é sensível especialmente na loucura... na segunda metade do séc XVIII os alienados são cuidados por vigilantes e não por médicos"

p. 325: "não é possível no séc XVII distinguir medicamentos físicos e psicológicos ou morais"... "a psicologia organiza-se, como meio de cura, ao redor da punição"

p. 394: "a era positivista foi testemunha incansável desta ruidosa pretensão de ter sido a primeira a libertar o louco de uma confusão lamentável com o condenado... de ter separado a inocência do desativo... essa pretensão é vã"

p. 395: "ela não evoluiu no quadro de um movimento humanitário, tampouco sob a pressão de uma necessidade científica.. é do fundo do próprio internamento que surge esse movimento [liberttação].. consciência política bem mais que filantrópica"

A partir daqui Foucault contrói uma história riquíssima, mais próxima de nós, entre os ideias de liberdade e o tratamento da loucura. Entre a psicanálise e as ciências neuronais e a surgimento das casas de Asilo ou Retiro. Demonstra os projetos der Pinel e Turket não daquilo que ensejaram discursos de livramento humanitário das correntes mas na constituição de novas formas de poder e coação moral. Como ele descreve "o asilo de Pinel, se libertou o louco da desumanidade de suas correntes, acorrentou ao louco o homem e sua verdade"

Como forma de encerrar essas citações de forma apropriada colaciono uma da pág 522:

"o ser humano não se caracteriza por um certo relacionamento com a verdade, mas detém, como pertencente a ele de fato, simultaneamente ofertada e coletada, uma verdade"









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