O que este livro evoca em primeiro lugar é a emergência do corpo "moderno" - um corpo cujos atributos são imaginados independentemente da influência dos planetas, das forças ocultas ou dos amuletos. Não que desapareçam, longe disto, as referências sagradas. Mas um conflito de cultura se aviva com a Renascença, onde o corpo se singulariza em toda sua autonomia. Acrescenta-se ainda um intenso trabalho da modernidade sobre as fronteiras do si mesmo, as pulsões, os desejos: controle da polidez e da sociabilidade, polimento das violências, autovigilância dos gestos no universo do íntimo. Uma acentuação da emancipação individual equilibra uma acentuação das iimposições coletivas.