Quando a quarentena começou, ficamos preocupados com o que impacto dessa situação única na vida das pessoas. Tivemos, como todos, de muito rapidamente mudar nossos hábitos e rotinas. Como traduzir isso em palavras?
Nos pusemos esse problema e concluímos que uma resposta literária talvez fosse tão urgente quanto o debate técnico e científico sobre a Pandemia. E resolvemos convidar dez escritores, com os quais a Alameda mantêm uma relação de empatia, admiração e amizade, para responder a essa questão.
Estávamos planejando uma grande festa para comemorar os 16 anos da editora, no dia 25 de Abril, aniversário da Revolução dos Cravos, tema do primeiro livro que lançamos, em 2004. Essa festa, por razões óbvias, precisou ser adiada, mas achávamos que era preciso não deixar a data passar batido. Resolvemos, então, publicar e distribuir gratuitamente o livro Histórias da pandemia.
São dez histórias, de autoras e autores que já publicaram pela Alameda – Paloma Franca Amorim, Marcelo Godoy, Vera Moll, Luiz Kignel e Patrícia Berton – e de mais cinco que, agora, com muito orgulho, também passam a sê-lo: Márcia Denser, Evanilton Gonçalves, Felipe Cruz, Luana Chnaiderman e Marana Borges.
A obra serve, também, de homenagem a todos que ajudaram na sobrevivência da editora por esses dezesseis anos e também pelo período de reclusão forçada nesse momento histórico. São pesquisadores da universidade e do jornalismo, escritores, designers, vendedores, livreiros, equipe administrativa, estoquistas: tanta gente que existe para que o livro, esse objeto físico e digital que representa a resistência em tempos de obscurantismo, possa existir.
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