Humano, demasiado humano, publicado originalmente em 1878, marcou o afastamento de Nietzsche em relação ao romantismo de Wagner e ao pessimismo de Schopenhauer, influências marcantes nas suas obras anteriores. O papel que antes cabia à arte é ocupado pela razão e a ciência, o arrebatamento cede lugar à análise. Aparecem os "espíritos livres", que se libertaram dos preconceitos idealistas.
Influenciado pelos moralistas franceses, Nietzsche adotou e expandiu a forma do aforismo, como a mais adequada para um pensamento inquieto e multifacetado. O resultado foi uma enorme abrangência de temas: em 638 aforismos, "Humano, demasiado humano" aborda questões de metafísica, moral, religião, arte, literatura, amor, política e relações sociais. Escrito em tom sereno e de modo claro, constitui um dos livros mais acessíveis do autor de "Assim falou Zaratustra".
Filosofia