Quando Nat "King" Cole morreu, só um cantor igualava sua enorme popularidade: o amigo Frank Sinatra.
Ainda assim, Nat conseguiu manter sua vida pessoal à margem das colunas de mexericos:
poucos fãs sabiam alguma coisa do que acontecia em seu agitado e muitas vezes massacrante dia-a-dia, exceto quando as manchetes lembravam que o doce e elegante pianista e cantor era um negro - por exemplo, quando foi brutalmente atacado num assustador conflito racial no Alabama.
Foi como parte da minoria eternamente perseguida que Nat cultivou uma admiração internacional, seu próprio show de TV, contratos milionários, isso tudo antes que a palavra "negro" entrasse em voga e uso formal durante o movimento pelos direitos civis.
E ainda que seus amigos brancos, que receberam a ele e sua família com sinceridade, freqüentemente tivessem de lutar por seus direitos civis, como por exemplo ser bem-recebido nos restaurantes famosos, para almoçar.
O livro de Leslie Gourse é a brilhante revelação dessa região obscura, e também um retrato preciso e apaixonado da cultura e da música produzida à época em que Nat "King" Cole construiu sua fantástica carreira, transformando-se num dos mais perenes mitos da música norte-americana e mundial.