A chamada era tecnológica traz transformações profundas no modo como os humanos lidam com a atividade técnica, com os artefatos por ela hoje produzidos, impactando nossa existência em proporções da magnitude de uma verdadeira mutação civilizacional sem precedentes. Dentre elas, merece destaque a Inteligência Artificial, simulação computacional das nossas habilidades cognitivas. Denunciando os malefícios da antropomorfização irresponsável da IA hoje, objetivamos com este livro trazer contribuições à pesquisa desse fenômeno técnico, passando por sua fundamentação na Filosofia da Tecnologia e enfrentando os seus impactos no campo da Ética e do Direito. Detectamos que a maioria dos juristas que se dedicam a responder demandas urgentes, tais como a circulação de carros autônomos, robôs de companhia, drones militares, peritos artificiais usados no âmbito de decisões judiciais, entre outros, estão longe de considerar que o debate deva começar pela apropriação das bases científicas desse processo, a começar pelo movimento cybernético que nos legou a Ciência da Computação e a Ciência da Informação. O estudo dessas e de outras áreas a elas conexas exige uma boa dose de humildade e paciência: uma verdadeira alfabetização em alguns temas-chave da história da própria tecnicidade humana, a nos habilitar traçar um programa de reflexão jurídico-filosófica à altura dos dilemas desafiadores da nossa época e que certamente ainda trarão consigo algum assombro e muitas rupturas.
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