Há alguns anos escrevi o livro “Ansiedade: A síndrome do pensamento acelerado - Como enfrentar o mal do século”. Ele se tornou o livro mais lido na década passada. Pensar excessivamente, sem gerenciamento, esgota o cérebro. Agora tudo piorou com a massificação dos celulares, redes sociais e AI. Por isso escrevi este livro “A Intoxicação digital- como enfrentar o mal do milênio.” Estamos adoecendo coletivamente. O mundo digital trouxe ganhos inegáveis, como a comunicação e o acesso à informação, mas causou um desastre sem precedente no cérebro humano, levando à alteração do ciclo da dopamina e da serotonina, gerando uma dependência nos níveis da gerada pela cocaína. Retire o celular de um jovem por 24 horas e observe que a dependência digital não é um transtorno casual, mas uma síndrome mental séria.
Centenas de milhões de crianças, adolescentes e adultos apresentam sintomas como insatisfação, inquietação, intolerância às frustações, autocobrança, déficit de empatia e autocontrole. Mas os sintomas mais clássicos dessa síndrome são a necessidade de urgência (querer tudo rápido) e a aversão ao tédio e a solidão, sem saber que eles são fundamentais para a interiorização e a criatividade. Algumas editoras me consideram o psiquiatra mais lido do mundo, mas queria viver no anonimato e ter a nossa espécie emocionalmente saudável e feliz. Se não enfrentamos o mal do milênio, a humanidade vai se tornar um hospital psiquiátrico a céu aberto. Infelizmente já estamos na era dos mendigos emocionais e do adoecimento psicocoletivo.
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