“Esta peça contempla, através da vida e da arte de Isadora Duncan, a constante afirmação do desejo.
Uma mulher para além de seu tempo. Dança descalça esvoaçante em suas túnicas como as mulheres da Grécia antiga.
O trágico a acompanha.
Não queria apenas dançar, queria ir além: queria fazer do seu modo. Influenciada pelas imagens das mulheres gregas e suas forças subjetivas, propõe um novo olhar para a dança de sua época. Isadora inaugura o mundo.
Isadora Duncan surge como uma mulher que recusa e resiste, afirmando-se, já no final do século XIX, pela dimensão da complexa existência que se coloca fora dos padrões vigentes, dando vida própria àquilo que lhe fala seu desejo.
Afirmar o desejo implica, necessariamente, afirmar o trágico da existência.”
— HÉLIA BORGES é psicanalista, doutora pelo IMS/UERJ e professora de pós-graduação em Dança da Faculdade Angel Vianna.
Ficção