Leonora Carrington foi uma mulher que transgrediu todos os limites que lhe foram impostos para poder ser livre e viver da maneira como acreditava.
Lá embaixo é o relato autobiográfico de um dos mais sombrios períodos de sua vida: relata a dolorosa experiência como interna de um hospício, enquanto encantado pela narrativa mágica e iniciática, usada como resposta contra a pouca realidade.
Seria mais correto afirmar que esse livro “não foi escrito – e sim tecido”, em face de acontecimentos traumáticos experimentados no próprio corpo, entre ferida aberta e a cicatriz que costura a superfície, a trama evoca fantasmas de silêncio e dor.
“Retornando de uma dessas viagens das quais temos poucas chances de voltar, e que relatou em lá embaixo com uma precisão avassaladora, Leonora Carrington mantém a lembrança das margens que visitou, sem se desesperar por tocá-las novamente e, desta vez, sem ter que desferir golpes, munida de uma permissão para circular à vontade nas duas direções”.
— André Breton
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