Bela ? e fera! Quem vê seus videoclipes não consegue ficar indiferente. A voz poderosa, o corpo esguio e o erotismo escrachado dos movimentos na batida da dance music são marcas dessa novíssima estrela da música pop. Lembra Madonna e Michael Jackson. Mas é, acima de tudo, Lady Gaga, no palco e na vida real.
Bissexual assumida, sagaz e talentosa, sabe como tirar proveito das reações da mídia a tudo que diz e faz. Reações que ela é mestre em provocar, com suas frases picantes, de sentido dúbio, seu apoio militante aos direitos dos gays, sua roupa que mais revela do que esconde e que já lhe valeu problemas até com a polícia.
Lady Gaga ? A revolução do pop registra o exato momento da explosão de uma estrela contemporânea, quando seu primeiro álbum, The fame, lançado em agosto de 2008, beirou os 10 milhões de cópias vendidas. Era o sucesso aos 22 anos, três a menos do que Madonna tinha quando alcançou o seu, duas décadas antes.
Pareceu fácil, mas por trás de tudo havia uma história incomum. O livro incursiona pela vida da estrela desde seu nascimento em uma sólida família de pais ítalo-americanos católicos e conta que a disciplina e a organização do pensamento começariam a ser moldadas pela música de Bach, que ela tocava ao piano quando ainda era só a pequena Stefani Joanne Angelina Germanotta e parecia destinada a ser uma pianista clássica. A educação planejada pelos pais a levaria ao Convento do Sagrado Coração, em Nova York, sua terra natal, um colégio de orientação católica onde meninas ricas começam a ser preparadas para se tornar a vanguarda do país. Boa aluna e muito aplicada, nem por isso deixava de fazer com que sua saia mostrasse mais do que permitia a régua das severas religiosas. A performance sempre foi a sua natureza, em qualquer tempo e onde quer que estivesse.
De qualquer modo, seu destino era ser famosa. Nem o mundo das drogas, pelo qual excursionou na adolescência, enquanto tocava, dançava e cantava em clubes noturnos novaiorquinos, para seguir sua onda e ganhar a vida, agora rompida com o pai, conseguiu afastá-la desse objetivo.
Seu look extravagante, mostra o livro, não é uma forma de se apresentar ou de representar uma personagem: como ela diz, é a sua vida ? que ela mesma traça, com talento e planejamento. E seu plano, revela ainda o texto do livro, é ir muito além do brilho efêmero de uma supernova e reinar no mundo pop por pelo menos 25 anos.
Emily Herbert ? nome literário da jornalista Virginia Blackburn ?, realizou um minucioso trabalho de investigação para não deixar de fora nada de significativo e instigante na trepidante vida da estrela pop. Sua experiência e sucesso com outros livros que escreveu sobre astros desse mundo musical e performático são garantia de boa e fascinante leitura.