Costumam descrever o amor como um sentimento calmo, suave, pacífico. Mas não acho que possam descrever o meu amor por Alex assim.
Tudo bem, existem amores suaves, mas o nosso não é um deles.
Conheci Alexandra Kendricks há oito anos e, desde o começo, tudo ao nosso redor foi um caos. O mais perfeito caos que eu vivi ao lado da mulher perturbadora que, constantemente, se manteve ao meu lado. Primeiro, como cúmplice de uma vingança. Depois, como companheira de apartamento e treinos. Então, como parceira no departamento de polícia. E, principalmente, ela esteve ao meu lado quando nos tornamos agentes lendários ao sermos recrutados pela Companhia, uma agência secreta que é superior a todas as outras espalhadas ao redor do mundo.
Para quem nos conhecia, éramos Matteo Fawcett e Alexandra Kendricks, lendários e letais, mas, pra mim, ela era Alex e eu era Matt. Conhecíamos uma versão um do outro que ninguém nunca chegou perto de conhecer, até que tudo mudou quando fui enviado para uma missão e, ao retornar, mesmo que continuasse sendo perturbado por seus olhos intensos, mesmo que eu continuasse perdido no caos que ela criava dentro de mim, eu não a reconheci.
Ele prometeu que voltaria e eu prometi que o esperaria.
Sem a memória, sei que é difícil pra que ele encontre seu caminho até mim, mas sempre estive ao seu lado, sempre protegi suas costas e, nesse segundo, não me importo de ajudá-lo a cumprir a promessa que fez antes de partir para a missão que me apagou de sua mente.
Eu só me importo em tê-lo de volta, nem que pra isso eu tenha que continuar implorando o mesmo que peço desde quando vi que, pra ele, eu não passava de uma desconhecida:
— Lembre-se de mim.