Era madrugada, estava angustiado, olhava os quatro cantos do meu quarto em uma tentativa, em vão, de pelo menos tentar relaxar. Levantei-me, então, e caminhei até a janela, na esperança de ver alguém na rua, mas ela estava deserta. As luzes de mercúrio, entrelaçadas entre as copas das árvores, oscilavam pelos picos de luz, tornando a noite ainda mais mórbida. O vento forte que varria a madrugada tornara tenebroso e devastador, galhos de árvores caíam por todas as partes, fios elétricos chicoteavam a rua deserta. Restou-me, então, lápis e papel, onde expressava meus desejos e angústias.
Literatura Brasileira / Poemas, poesias