"Lira grega" reúne textos dos poetas que compõem o cânone dos "nove líricos" (ou mélicos), "ennéa lyrikoí". O gênero poético da "mélica" teve seu auge na Grécia arcaica (c.800-480 a.C.), mas foi durante a era helenística (323-31 a.C.), com os trabalhos de edição e compilação realizados na Biblioteca de Alexandria, que a mélica passou a ser conhecida como "lírica". Essa poesia não era destinada à leitura, mas sim à performance, mais próxima do que hoje entendemos por "canção". Era apresentada em coro, com acompanhamento da lira (junto a outros instrumentos e a dança), ou solo. O termo lírica, do grego "lyrikē", vem justamente dessa associação com a "lýra". A "mélica", ou "lírica", acontecia em simpósios, encontros nas casas de aristocratas ou cortes de governantes, assim como em festivais públicos cívico-cultuais organizados pelas "póleis", as cidades-estado, marcando momentos importantes da vida comunitária. Essas duas ocasiões, apesar de diferentes, faziam parte da vida social da cultura grega arcaica, onde a oralidade predominava. Os poemas reunidos em "Lira grega" foram traduzidos diretamente do grego antigo. A edição inclui também notas explicativas, comentários e uma introdução crítica, além de apresentações dos poetas e uma bibliografia de apoio.
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