No passado, os funcionários públicos eram denominados amanuenses. Assim, eram amanuenses os autores estudados neste livro: Machado de Assis, Lima Barreto e Cyro dos Anjos, que tiravam o sustento da burocracia e não da Literatura. E eram amanuenses também alguns de seus mais importantes personagens, tais como o Conselheiro Aires, Policarpo Quaresma e Belmiro Borba. Estes burocratas fizeram da burocracia uma aliada e, mais que isso, uma estratégia de organização de pensamento, enfrentamento da realidade hostil e caminho ético. As narrativas aqui analisadas têm como base as relações entre burocracia e imaginação, portanto não se pode separar as duas. Há que se perceber a marcante parceria entre ambas. Burocrata não é aquele que atrapalha, mas aquele que lê e vive rigidamente segundo o plano que, na maioria das vezes, ele próprio traça.
Literatura Brasileira