Martín Fierro, célebre poema de José Hernandez, é considerado quase unanimemente como um dos expoentes da literatura argentina. Poema épico com sotaque popular, retrata a vida dos gauchos, os homens-heróis habitantes do interior argentino.
Justo para alguns, malfeitor para outros, objeto das mais importantes definições e dos mais contraditórios juízos, Martín Fierro, nascido como um gaúcho qualquer, "está na entonação e na respiração dos versos; na inocência que rememora pobres e perdidas felicidades, e na coragem que não ignora que o homem nasceu para sofrer". Qualificado como livro sagrado por alguns críticos, com o mesmo significado para os argentinos que a Ilíada para os gregos e a Chanson de Roland para os franceses, Martín Fierro é o canto de um povo e uma homenagem aos homens bravios do mítico pampa argentino.
Neste livro, publicado originalmente em 1953, Jorge Luis Borges, em colaboração com Margarita Guerrero, analisa Martín Fierro e ilumina a compreensão, o significado e o alcance da epopéia. Em cinco partes, os autores analisam a tradição literária – a poesia gauchesca – na qual se insere o poema de Hernandez, a importância do próprio autor no âmbito da literatura Argentina, recuperam a recepção crítica da obra e atualizam a avaliação sobre Martín Fierro. Temos aqui Borges em uma das suas melhores formas: como comentador de literatura.
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