Shoftim ou Juízes (em hebraico: שֹּׁפְטִים) é um livro dos Neviim e do Velho Testamento cristão que trata da história dos israelitas entre a conquista da terra de Canaã no final da vida de Josué até o estabelecimento do primeiro reinado.
Escrito originalmente em hebraico, sua autoria é até hoje incerta, embora alguns afirmem que poderia ter sido profeta Samuel, durante o reinado de Saul, em torno de 1050 a.C.. Outros, porém, defendem a tese de que o livro teria sido elaborado durante o exílio na Babilônia, depois de 586 a.C., por pessoas anônimas.
Juízes retrata um período de aproximadamente três séculos em que os israelitas, encontrando-se na terra prometida, desviaram-se dos mandamentos divinos praticando a idolatria e que por isso chegaram a ser derrotados pelas nações vizinhas ou próxima que passavam a oprimir o povo. Então os israelitas arrependiam-se e pediam a ajuda de Deus. Surgiam assim líderes, enviados por Deus, para resgatarem o povo de Israel dos inimigos e restabelecerem a obediência à lei mosaica.
O primeiro juiz teria sido Otniel, o qual teria libertado os israelitas do rei Cusã-Risataim.
Após a morte de Otniel, os israelitas novamente afastam-se dos mandamentos de Deus e são dominados pelos moabitas. Novamente é levantado um novo juiz, Eúde que livra o povo de seus opressores.
Assim, seguem novos períodos sob a liderança dos juízes em que, repetidamente, os israelitas voltam a adorar deuses pagãos, são dominados por outros povos, arrependem-se e são mais uma vez libertos.
O último juiz da história dos israelitas foi Sansão, o qual possuía uma força excepcional e teria liderado o povo contra os filisteus, mas foi traído por Dalila ao lhe revelar que o segredo de sua força encontrava-se nos seus cabelos.
Entre alguns juízes durante essa época que mais se destacam no livro estão Débora, Gideão e Sansão.
O livro termina relatando a decadência moral dos israelitas, assim concluindo no verso 6 do capítulo 17:
Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada qual fazia o que achava mais reto.
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