Odete está morta, mas sua lembrança ainda vive. Odila sabe que a irmã tinha motivos suficientes para desejar o fim de sua vida, mas não se conforma que Odete tenha cometido suicídio. Havia, entretanto, seu casamento destruído. O desaparecimento das filhas. A vida profissional abandonada. Nada nos dias de Odete levava à felicidade, e apesar de Odila guardar rancor desse adeus sem despedidas, também sabia que não era, ela mesma, considerada um exemplo de saber viver.
Odila era uma dublê apaixonada pelo seu trabalho, e apesar do casamento tóxico com o marido e a intensa atração pelo cunhado, tinha certeza que colocaria sua vida nos trilhos. Só precisava de coragem, a mesma coragem que Odete havia demonstrado nos momentos finais. E talvez seguir cada passo dos últimos momentos da irmã fosse a única maneira de Odila encontrar a própria salvação.
Contos / Ficção / Literatura Brasileira / Suspense e Mistério