“Liberdade de expressão” é um argumento tão recorrente no nosso cotidiano que poucas vezes temos o trabalho de questionar seu significado e mensurar seu alcance. O texto de Stuart Mill, pedra fundamental do liberalismo, é uma das mais eloquentes defesas desse direito de todos e, ao mesmo tempo, um necessário esclarecimento sobre seus limites.
Em termos individuais, trata-se de prevenir contra o risco de opressão que governos antidemocráticos podem exercer sobre cidadãos ou grupos. Em termos coletivos, trata-se, não menos importante, de alertar para o fato que, mesmo em sociedades democráticas, o controle da opinião pública por grupos majoritários pode acarretar vários tipos de prejuízos para as minorias.
Por isso, não existe acordo ou conciliação possível entre liberalismo e conservadorismo, entre a defesa da liberdade e a vontade de determinar e regulamentar os modos como cada um deve pensar, agir e desejar.
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