Camilla voltou de uma viagem de dez dias à pequena Noordwijk, na Holanda. Ali, tinha esperanças de reencontrar o amor de juventude, com quem mantém contato apesar de ambos terem tomado os rumos esperados: casamento, filhos, trabalho exaustivo. Ela vaga pela cidade holandesa, e Mateus não aparece. A frustração da fantasia romântica se mistura à dolorosa revisão de um passado que não quer passar.
O romance que Camilla se põe então a narrar é endereçado a esse amor perdido, mas é acima de tudo um acerto de contas com uma sociedade conservadora e uma família de comportamento afetuoso e aprisionante.
A narrativa de Luciana Gerbovic fala sobre um relacionamento acidentado, mas persistente, em que cabem muitas coisas: o desejo, o companheirismo, a contestação política, o desafio às convenções e o questionamento às maiores mentiras que se contam em nome da moral e dos bons costumes. Qual será a maior de todas essas mentiras?
Como diz o escritor Flavio Cafiero na orelha do livro, “o primeiro romance de Luciana Gerbovic traça, com rasgos febris de honestidade, a jornada particular de uma mulher em busca plena. [...] Nossa protagonista é uma mulher. Mulher que aborta, mulher que casa, que tem filhos e que almeja uma carreira... Protagonista? Em que trama? A sua? A que lhe foi dada? Camilla é o eco de uma imensa coletividade, aquela que abarca metade do mundo”.
Ficção / Literatura Brasileira / Romance