Uma única intenção unificadora levou Stefan Zweig a reunir em livro ensaios, escritos num intervalo de dez anos, sobre Balzac, Dickens e Dostoiévski: apresentar os três maiores — e, no seu entender, únicos — romancistas do século xix. São eles tipos que, justamente pelo contraste de suas personalidades, se completam entre si e talvez elevam a uma forma nítida o conceito desse criador épico de mundos que é o romancista. Pois, segundo o autor, são os três romancistas no sentido mais elevado do termo: gênio enciclopédico e artista universal capaz de modelar com suas mãos um cosmos inteiro. Por meio dos personagens, cada um deles cria uma lei própria para a vida, conferindo uma nova forma ao mundo com a sua visão única.
Ao tomarmos conhecimento, página a página, da unidade mais íntima desses mundos e da formação da personalidade dos Três mestres, temos a oportunidade não apenas de nos aprofundarmos nas obras de Balzac, Dickens e Dostoiévski, mas também de assisti-las sendo retratadas e expostas diante de nossos olhos com as tintas impressionistas de um autor que, por manejá-las tão bem, era por sua vez um mestre: Stefan Zweig.
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