Estes poemas foram escritos durante o longo período do isolamento social, imposto pela covid-19, em meu quarto, em um sobrado com ampla janela de vidro, de minha casa materna, na cidade de Botucatu-SP, onde todas as tardes eu admirava o ocaso e os pores do sol, atormentado pelo medo, pela saudade, pelas incertezas e pelas milhares de mortes anunciadas, que eram constantemente ignoradas pelo genocida de plantão, aquele mesmo que disse: “E daí? Eu não sou coveiro”. Essa macabra e perversa oração, que é a antítese de todo fazer poético.
Ficção / Poemas, poesias