O Dicionário de lugares imaginários , de Alberto Manguel e Gianni Guadalupi, é um guia de viagem por lugares inexistentes - ou melhor, existentes apenas no terreno imaginário da ficção. Os autores fizeram um amplo levantamento de paisagens estranhas e exóticas, de cidades, países, ilhas, paraísos utópicos, mundos subterrâneos, muitos deles cenários de aventuras incríveis e, muitas vezes, absurdas. O livro percorre a história da literatura, da Abadia de O nome da rosa ao País das Maravilhas, passando por locais menos famosos como Agzceaziguls e Cacklogallinia. Só não foram considerados paraísos, infernos e lugares localizados no futuro. Cada verbete é uma pequena obra de ficção inteligente e bem-humorada. Os locais são tratados como se de fato existissem, com descrições detalhadas, fiéis à fonte original. Entre as diversas informações, há a localização geográfica e a história dos lugares, o comportamento de seus habitantes, a flora e a fauna, pontos turísticos e até recomendações gastronômicas. Mapas e ilustrações enriquecem os tópicos. O viajante literário tem a oportunidade de conhecer paisagens inusitadas como Frívola, a terra das maravilhas tênues, com seus cavalos tão frágeis que ninguém pode montá-los. Ou Capilária, região povoada por mulheres loiras gigantescas que devoram os bullpops (criaturas pequenas e indefesas, semelhantes a órgãos sexuais masculinos). Ou ainda Pauk, uma sala vazia cujo único habitante é uma aranha gigantesca. Diferente de uma obra de referência usual, utilizada apenas para consultas eventuais, o Dicionário de lugares imaginários pode ser lido linearmente do começo ao fim. Esta edição foi enriquecida com alguns lugares famosos da literatura brasileira, como Antares, o Ateneu, o Sítio doPica-Pau Amarelo, o Liso do Sussuarão e a lendária Pasárgada, do poeta Manuel Bandeira.