As aventuras da volta de Odisseu a sua terra natal depois da Guerra de Troia foram cantadas por Homero e ganharam versão definitiva na Ilíada e na Odisseia. Mas já vinham sendo contadas desde muito antes, e há registros de outras versões das narrativas e dos mitos gregos. Este livro reúne 44 “cantos perdidos” da Odisseia, que teriam sido encontrados em um obscuro papiro pré-ptolomaico.
A história de Odisseu (ou Ulisses, como lhe chamavam os romanos) é narrada com variantes, por diferentes personagens e de acordo com recortes incomuns. A própria Odisseia muda de sentido, destacando outras possibilidades para a jornada do herói: anos antes da guerra de Troia, Odisseu vive com Helena e não com Penélope; depois da vitória, deserta do exército e quase morre afogado; em vez de retornar a Ítaca, torna-se um bardo que conta os feitos de Odisseu, criando outras versões da Odisseia.
Em capítulos curtos, Zachary Mason cria cantos que dão à Odisseia homérica um caráter mais humano e contemporâneo, próximo da modernidade e da tradição do romance. Deuses e heróis estão bastante próximos do sentimento do homem comum, que pode fraquejar, sofrer, se rebelar e reescrever incessantemente sua própria história, desafiando as artimanhas e urdiduras do destino.