A temática do niilismo certamente não é de fácil abordagem. De caráter esquivo, ambíguo e de pouca clareza, o niilismo parece não aceitar definições e usos precisos, fixos e seguros. O autor discute o niilismo em seus aspectos sócio-históricos no momento de seu surgimento e de seu uso político na Europa da segunda metade do século XIX. O questionamento principal diz respeito às formas – em termos de imaginário – com as quais os sujeitos sociais lidaram com propostas ativas de rompimento com valores, instituições e sentidos pré-existentes em suas sociedades. O presente livro é dividido em dois capítulos. Apresenta em seu início, o niilismo na Rússia da segunda metade do século XIX e discute o desenvolvimento do mesmo no imaginário daquela sociedade juntamente a ações de jovens estudantes socialistas, que atuavam nas grandes cidades do país, como São Petersburgo, Moscou e Novgorod em tentativas de organizar a população camponesa e operária para a ação revolucionária contra o Estado czarista. No segundo capítulo, o foco de análise desloca-se socialmente para a discussão do niilismo entre os anarquistas terroristas da Europa Ocidental.