A propósito deste romance que alguns consideram sua obra-prima, Ismail Kadaré disse: "Há muito tempo eu tinha de construir um inferno. Avaliava, no entanto, o que semelhante projeto tinha de ambicioso e mesmo de quimérico depois dos anônimos egípcios, de Virgílio, santo Agostinho e sobretudo Dante".
Publicado originalmente em 1981, Palácio dos sonhos narra a história de uma homem cuja missão consiste em controlar, cadastrar e interpretar os sonhos, no intuito de detectar eventuais premonições quanto ao futuro do Império. Centro do reino das trevas, o Tabir Saraj - o Palácio dos Sonhos - é o sofisticado arquétipo dessas polícias da consciência encarregadas da perpetuação das tiranias, das mais antigas àquelas das quais nossa época viu o desabrochar e o refinamento supremos.