Heinrich Heine (1797-1856) é um dos maiores poetas alemães, ao lado de Goethe e Schiller. Foi também jornalista, ensaísta e crítico literário, e sua poesia inspirou diversos músicos, especialmente Schumann, cuja obra Dichterliebe [Amor de poeta], baseada em seu Buch der Lieder [Livro das canções], é um dos pontos altos da canção lírica alemã.
Publicada em 1826, a Viagem ao Harz iria compor mais tarde o primeiro dos quatro volumes dos Reisebilder [Quadros de viagem] organizados pelo autor. Após um ano de estudos na Universidade de Göttingen, o poeta é suspenso por envolver-se em um duelo - e nesse ponto tem início sua jornada pelo Harz, a maior cadeia montanhosa do norte da Alemanha, cujo pico mais elevado é o legendário Brocken, onde as bruxas celebram a Noite de Valpúrgis cantada por Goethe no Fausto.
A viagem, porém, é antes um fio condutor do que o tema principal do livro, que inclui poemas, reflexões sobre a vida, arte e política, descrições de paisagens, lugares e pessoas que encontra pelo caminho, relatos de sonhos e flertes passageiros - tudo isso visto por uma natureza poética peculiar, extremamente sensível a todo tipo de beleza e impiedosa com qualquer manifestação da estupidez humana.
Acompanham a inspirada tradução de Mauricio Mendonça Cardozo um estudo de Sandra M. Stroparo e o célebre ensaio de Théophile Gautier sobre o poeta alemão, de 1856. Como diz o próprio Heine em seu prefácio, "Este livro é um teatro de exibição. Entrem, entrem, não tenham medo!".
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