Em meados dos anos 1970, a música popular brasileira vive uma de suas mais radicais transformações. Um heterogêneo grupo de artistas desvia-se da tradição da MPB para abraçar a música pop, impulsionado pela crescente internacionalização da cultura jovem, a modernização da indústria do disco e a expansão maciça da TV no país.
A cena musical é tomada por uma série de experimentações inéditas, como o glam tupiniquim dos Secos & Molhados, a psicodelia pós-tropicalista dos Novos Baianos, o rock esotérico de Raul Seixas e o pop confessional de Guilherme Arantes.
As novidades não pararam aí e se estenderam até o início dos anos 1980 - das Frenéticas a Sidney Magal, de Rita Lee a Ritchie -, com a explosão da discoteca, a fabricação de ídolos pelas gravadoras e a adesão de parte dos compositores da MPB "clássica" ao pop e ao mercado.
Esse período até hoje menosprezado da cultura brasileira é o tema de Pavões misteriosos, do jornalista André Barcinski, que traz à tona uma série de revelações sobre a cena musical da época e seus personagens fascinantes. Por meio de uma cuidadosa investigação jornalística, o livro expõe a riqueza e os paradoxos da música popular da ditadura militar até o início da redemocratização no país.