"É absolutamente impossível não se emocionar com o relato de Maria Julia Miele sobre a perda de Sofia, sua filha. Fiquei dividido entre a vontade de parar a leitura, projetado para dentro daquela dor, daquela solidão, com o desejo de não fazer qualquer coisa antes de chegar a última página, esperando, torcendo por um final feliz, que, sabia desde o início, não existiria. Enquanto lia "Mãe de UTI ,o livro em minha sala na redação da Folha de S. Paulo ( não consegui parar), fui interrompido por telefonemas, com assuntos que, diante do que lia, pareciam-se frívolos. Em outra situação, talvez não me incomodasse a frivolidade. As grandes tragédias nos ensinam como jogamos tempo e energia fora com bobagens e mesquinharias. De certa forma, há um final feliz. Num texto que une um relato jornalístico, preciso, com poesia e reflexões filosóficas, Maria Miele mostra que fez de uma lição de morte uma lição de vida. Não é um livro de alguém que foi derrotado, mas que soube aprender a lidar com a dor e fazer dela fonte de ensinamento e solidariedade" - Gilberto Dimenstein