Editado simultaneamente em mais de nove paises, o romance O rato, de Andrzej Zaniewski, utiliza como protagonista uma das criaturas mais temidas e nocivas do planeta.
Rattus norvegicus e Rattus rattus - o rato "doméstico" e o rato cinza, as duas variedades básicas da grande família de ratos - têm acompanhado a humanidade desde os primórdios da sua existência. Ao longo da história as pessoas têm criado condições favoráveis aos ratos e possibilitando que as espécies sobrevivam e se desenvolvam. Em O rato, o autor se incubiu da tarefa formidável de descrever o mundo do ponto de vista daquele animal. Envolto em escuridão e mistério, um rato nos imobiliza desde seus primeiros momentos de consciência até seu último suspiro. Com maestria fantástica, o autor consegue mergulhar o leitor na mente e no universo de seu protagonista e transformar um dos mais desprezíveis animais da natureza em uma criatura pungente, representativa de todos nós.
Nas sarjetas, bueiros e esgotos, onde o rato vive, podemos identificar nosso próprio mundo. Na dor do rato, nossa dor. No seu medo, nosso medo e desespero. E em suas perambulações incansáveis, na luta diária e na incerteza, nosso próprio destino.
O rato é uma alegoria punjante sobre leis que governam todos nós, sobre o amor e a esperança, sobre nossa solidão e aspirações. Os seres humanos e os ratos pertencem ao mesmo cosmo. Quer queiramos quer não, somos parentes próximos, biológica e psicologicamente.
"Não pense que você ama e fracassa, vence e perde, ou vive e morre de modo diferente de um rato", previne o autor. "Um rato inspirou esse romance, mas você se descobrirá nele"