The Shaolin Cowboy: Buffet de Shemp

Quando The Shaolin Cowboy: Buffet de Shemp foi publicado nos Estados Unidos, o site especializado em cultura Vulture foi enfático: "Ninguém desenha violência como Geof Darrow e nada é tão violento quanto sua mais recente graphic novel". Recém-lançado no Brasil pela editora Mino, o título apresenta as 136 páginas de massacre zumbi mais bem desenhadas já publicadas em uma história em quadrinho. "Queria ver por quanto tempo eu conseguiria seguir criando até ficar cansado de desenhar um monge matando zumbis", explicou Darrow à imprensa norte-americana. Hoje com 60 anos e vencedor de três prêmios Eisner, Darrow construiu sua carreira trabalhando com lendas da indústria do entretenimento. Seu primeiro emprego foi nos estúdios Hanna-Barbera, animando clássicos como Riquinho e Superamigos. Nos anos 80, ele publicou uma coletânea de ilustrações com o francês Moebius. Na década seguinte foi aclamado por suas parcerias com Frank Miller em obras como Hard Boiled e The Big Guy and Rusty the Boy Robot. Mais recentemente, ele foi o responsável pelo design de grande parte da trilogia Matrix, dirigida pelas irmãs Lana e Lilly Wachowski. "O cowboy dos filmes de faroeste é o primeiro e verdadeiro ícone heróico dos Estados Unidos. É o cara que enfrenta tudo por conta própria e segue suas próprias regras e convicções", explica o quadrinista em relação a seu protagonista. Já o visual do personagem teve como inspiração o guerreiro Zatoichi, da série de filmes e programas de TV japoneses homônimos protagonizados por um samurai cego. Publicada originalmente nos Estados Unidos pela editora Dark Horse no início de 2015, The Shaolin Cowboy: Buffet de Shemp é um espetáculo visual marcado principalmente pela arte hiperdetalhista de Darrow. O álbum sobre um monge enfrentando uma horda de zumbis com duas serras elétricas presas a um bambu também possui um forte discurso político. Há piadas direcionadas ao candidato presidencial norte-americano Donald Trump, à ex-candidata a vice-presidente dos EUA Sarah Pallin e ao conservadorismo crescente em seu país natal.

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