Desde o primeiro instante em que a serpente tentou Eva no jardim, lançando dúvidas sobre a palavra e o caráter do Deus que havia se revelado, a humanidade se envolve na busca idólatra de elaborar um deus à sua própria imaginação, um deus que se conforma às ideias preconcebidas das pessoas, acerca do que lhes parece merecedor de confiança e adoração. Esse espírito se encontra muito vivo e presente na atualidade, e as concepções da cristandade professa de quem Deus realmente é são muitas. Não tem fim o discurso de que o amor de Deus exige que ele nunca seja tão furioso a ponto de mandar pessoas ao inferno, que sua justiça exige que ele conceda oportunidades iguais de salvação a todos os pecadores rebeldes, que sua soberania seja necessariamente limitada pelo livre-arbítrio do homem, e que sua salvação como dádiva deva ser confirmada e consumada pelo homem, em sua natureza não regenerada. Não existe cura para isso, a não ser rejeitarmos todas as nossas ideias pré-concebidas de como Deus deveria ser ou aquilo que a nosso juízo deveria ser entendido quando Deus fala do seu amor, da sua graça, da sua justiça e da sua salvação, voltando-nos à sua palavra atrás de todas as respostas. Deus é seu próprio intérprete; e estaremos às portas da ruína eterna enquanto não nos dispusermos a submeter nossa razão humana à sua voz somente. É minha oração que o compêndio de passagens bíblicas a seguir represente uma ferramenta útil nesse propósito. Pai, livra-nos de nossa vã imaginação, revele a nós sua salvação bem como sua pessoa enquanto buscamos com humildade conhecê-lo através de sua palavra, as Sagradas Escrituras!
Religião e Espiritualidade