Os ávidos por uma boa leitura têm agora a chance de lêr “A Assustadora História da Maldade” , um verdadeiro desfile de “monstros” históricos com referências a Átila, O Huno, Gengis Khan, Calígula, aos primeiros papas, ao Marquês de Sade, Henrique VIII, Adolf Hitler e Idi Amin, entre muitos outros.
A intenção desta obra é fazer com que o leitor olhe para a história da maldade a partir de cinco pontos de vista. Primeiro, quais são os fatores de tempo e lugar que ajudam a criar padrões morais e códigos de ética? Por que descobrimos que se considera como bem ou mal pode ser bem diferente entre diferentes povos em diferentes épocas? Qual a causa dessas diferenças, e como se relacionam (se é que o fazem) com padrões absolutos de bem ou mal?
Segundo, que efeito os códigos e atitudes morais exercem sobre os eventos da história, sobre a vida e o bem-estar das nações? Embora um código moral possa ser produto de seu tempo ou resultado de pressões socioeconômicas, uma vez estabelecido poderá subseqüentemente infligir pressões recíprocas capazes de influenciar radicalmente os eventos.
Terceiro, é importante examinar como funciona a moralidade em diferentes períodos, a natureza da liderança moral oferecida pelos grandes pensadores e codificadores morais, a estrutura dos sistemas éticos, a motivação que se oferece ao povo, os componentes e características dos sistemas. Isso nos leva de volta à história para examinar como alguns sistemas morais continham aspectos que, segundo quase todos os padrões recentes, são extremamente imorais. A ética fascista incluía o genocídio, os espartanos louvavam o infanticídio, os jesuítas acreditavam na tortura, os puritanos queimavam bruxas, os seguidores de Hassan i Suffah ou do IRA praticavam assassinatos. Grandes crimes coletivos geralmente são cometidos em nome da virtude. Os desvios das convenções morais de cada época, os vários atos anti-sociais nos interessam bem menos do que o vasto número de crueldades sancionadas pelas diversas sociedades e por suas convenções.
Quarto, podemos encontrar evidências da duração típica dos códigos morais, sinais do fluxo e refluxo reativo da austeridade e permissividade em sucessivas gerações, como no caso do comprimento da barra dos vestidos e das saias. Pode-se argumentar que, durante boa parte da história, a moralidade fundamental da imensa maioria de camponeses que vivem da subsistência quase não mudou, mas foram os códigos morais variáveis da minoria centrada nos costumes que freqüentemente criaram instabilidade e tormento para os demais.
Finalmente, talvez seja útil, num contexto histórico, focalizar problemas morais próprios do século XX, possivelmente para compará-los com períodos semelhantes de tensão ou crise moral no passado e submeter alguns de nossos dilemas atuais a algum tipo de perspectiva.
Oliver Thomson nasceu em Birmingham, em 1936, e estudou nesta cidade e em Glasgow, tornando-se especialista em clássicos e historiador no Trinity College, em Cambridge. Lecionou estudos de mídia e história na Universiddade de Glasgow. Atualmente é diretor administrativo de uma agência de publicidade escocesa. É casado, tem três filhos e vive em Glasgow.