Em 'A cidade antiga', Fustel de Coulanges procura reconstituir as origens da vida em sociedade dos antigos gregos e romanos. Através de uma pesquisa sistemática, o autor busca os primórdios do que se convencionou chamar de cidade nos tempos modernos, o que teria motivado as pessoas a se unirem em torno de uma mesma sociedade, com princípios e objetivos comuns. O estudo da Índia e de outras sociedades antigas, como a Chinesa e os índios norte-americanos, revelam que o primeiro vínculo social existente foi o religioso, o culto aos mortos. Do culto aos mortos aos antepassados, viriam os deuses da natureza e, mais tarde, o Deus único do cristianismo, extendendo cada vez mais os vínculos sociais. O fim do vínculo religioso como necessidade da formação de uma sociedade gerou as revoluções e as lutas de classes. Segundo o autor, o novo alicerce para as pessoas se unirem passou a ser o corpo de leis e instituições, com os direitos e garantias que proporcionam aos cidadãos. Como é, até hoje, na maioria das sociedades.