Assim como seus contemporâneos, Júlia Lopes de Almeida também estava preocupada com duas instituições sociais e políticas proeminentes: a família e a recém-declarada República. Para ela, a educação adequada às mulheres estaria ligada ao bem-estar social da família e, por extensão, à bem-sucedida consolidação dos ideais republicanos. A desarmonia do lar era vista como resultado das várias restrições impostas pela sociedade às mulheres que, por sua vez, eram expostas somente ao seu limitado mundo doméstico e barradas no mercado de trabalho. Ela tinha consciência de que talvez o aspecto biológico fosse o principal aspecto a distinguir homens e mulheres e que uma educação feminina adequada resultaria em lares mais harmoniosos e em práticas maternais mais saudáveis. Portanto, percebia que a emancipação da mulher fortaleceria não só a família, mas salvaguardaria o novo código da lei civil. As novas cidadãs deveriam urgentemente participar da instauração dos ideais republicanos, e a família era o local por excelência para solidificar esses alicerces, deixando para trás os valores considerados ultrapassados e prejudiciais à consolidação de uma nova nação.